Governo Digital é sobre o uso da internet e arquitetura de TI, para melhorar e avançar as operações governamentais, além de aprimorar a prestação de serviços à população. Abrange um maior uso de dados para informar a tomada de decisões e o uso de sistemas automatizados para reduzir custos, aumentar a eficiência e apoiar o uso mais sustentável dos recursos.
Seguindo essa tendência de transformação digital no setor público, alguns países já têm resultados concretos. A seguir, conheça alguns deles:
- Na Austrália e em Cingapura, após o nascimento de um bebê, uma certidão de nascimento é registrada e a jovem família é automaticamente informada por seus órgãos governamentais nacionais, estaduais e locais sobre serviços para a primeira infância, saúde e novos pagamentos de serviços sociais familiares disponíveis para eles;
- Na Estônia, novas empresas podem se registrar e estar em funcionamento em apenas 48h. Eles recebem seu registro comercial e um link para enviar automaticamente seus relatórios fiscais trimestrais, diretamente de seu software de contabilidade.
- Em Barcelona e em outras cidades da Europa, os governos municipais usam APIs para integrar seus planos de bairro com plataformas de consulta on-line. Os cidadãos podem adicionar feedback que é compartilhado regularmente com os planejadores distritais e incorporado aos planos de ação do bairro.
Todas essas soluções são possíveis graças às interfaces de programação de aplicativos (APIs) como uma forma de abrir e conectar vários sistemas digitais. Isso está ajudando os governos a criar modelos novos e mais dinâmicos para integrar cidadãos e parcerias comerciais.
E quais são as tendências de Governos Digitais?
Globalmente, existem três maneiras pelas quais os governos estão gerenciando a transformação digital. Os governos podem atribuir responsabilidades digitais ao órgão de decisão do governo central, estabelecer uma nova organização transversal focada no governo digital ou incorporar o trabalho do governo digital nos planos de ação dos departamentos existentes. Uma pesquisa recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra que há uma divisão igual entre essas três abordagens, em uma ampla gama de países pesquisados.
- Abrindo os sistemas de dados
A OCDE define duas características que são uma parte necessária para avançar em direção a um modelo de governo digital habilitado para dados. Eles enfatizam a importância de abrir os dados por padrão e criar mecanismos contínuos para envolver as partes interessadas, em relação às necessidades de dados. Ainda de acordo com pesquisas recentes da OCDE, nos últimos três anos, a maioria dos governos em todo o mundo mudou para sistemas de Governo Digital que defendem esses dois princípios.
As descobertas da OCDE refletem outros estudos, como o Open Data Barometer e o Open Data Index, ambos indicando que os dados abertos rapidamente ganharam força em mais de 70% dos países da ONU. Hoje, a maioria dos governos oferece portais de dados abertos. Na União Europeia, por exemplo, 25 dos 27 Estados-Membros têm portais nacionais de dados abertos. Mais de 200 portais foram lançados por diferentes níveis de governo no sul, leste e sudeste da Ásia. Para se ter ideia, o portal data.gov dos Estados Unidos publica mais de 230 mil conjuntos de dados.
Habilitando a entrega de serviços digitais
Na Europa, o Índice de Economia e Sociedade Digital (medido a cada dois anos) calculou que 64% dos cidadãos usaram serviços on-line para se envolver e se conectar com governos, em comparação com cerca de 50% apenas cinco anos antes.
Nos EUA, uma pesquisa do Center for Digital Government constatou que 57% dos cidadãos pagavam impostos on-line, 39% obtiveram ou renovaram a carteira de motorista e 13% pagaram multa ou taxa.
Para as empresas em toda a Europa, o ritmo dos serviços digitais é ainda mais rápido, com a maioria dos países europeus pontuando muito pela disponibilidade de serviços on-line para empresas.
Globalmente, a maioria dos governos começou a se concentrar mais na abertura de dados publicamente e no fornecimento de serviços digitais, por meio de canais on-line e móveis.
Incentivar a participação e fortalecer a governança aberta
Há também sinais iniciais, mostrando o nível de parcerias governamentais que estão surgindo para criar novos produtos e serviços digitais para cidadãos e empresas. Novas abordagens para transparência, feedback da comunidade e engajamento de negócios estão sendo construídas com APIs.
Por fim, para estender essas tendências promissoras, é necessária uma nova onda de transformação que cultive abordagens API-First. Isso permitirá que os modelos de Governo Digital aumentem e gerem ainda mais benefícios.